quinta-feira, 17 de junho de 2010

Tetragonisca angustula latreille 1811.


As Jataí.s, vivem desde Missiones na Argentina até o sul do México, é uma das abelhas nativas mais comuns e mais adptáveis a condições de nidificação, vive nas grandes e pequenas cidades, nas florestas virgens, capoeiras e cerrados, nos moirões de porteiras, nos ocos de árvores e paredões de pedra,  garrafas pet, caixas de som, caixas medidoras de luz etc. Entretanto, em ambientes naturais ou pouco alterados, esta espécie utiliza mais comumente ocos de árvores, nidificando, com freqüência, na sua parte basal, ou no "pé do pau" como é conhecido popularmente. 
 Canudo de entrada da jataí, mostrando uma forte vigilância da colônia

A entrada do ninho é típica, um tubo com 3 a 4 cm de cerume mole e amarelado, cuja paredes são finas e apresentam pequenos furos que servem para ventilação, com abertura que permite passagem de várias abelhas ao mesmo tempo, à noite essas abelhas fecham a entrada do tubo, a presença de várias abelhas sentinelas que ficam voando muito tempo nas proximidades da porta do ninho é típica da espécie, os potes são pequenos, medindo cerca de 1,5 cm, os favos de cria são horizontais ou helicoidais, faz células reais, o invólucro protetor dos favos é bastante desenvolvido, o própolis é altamente viscoso e pegajoso, o batume de calafetação são feitos de cerume e própolis.

 Favos de cria da abelha jataí

 














Detalhe potes de ólen e melgueira com potes de mel



As colonias são frequentemente muito populosas, alguns pesquisadores       estimaram de 2.000 a 5.000 o número das abelhas por colonia, são inteiramente mansas, mas também existem colonias agressivas (enxames fortes), cujas abelhas beliscam a pele e enrolam nos cabelos, é uma das abelhas mais facil de criar, é considerada a abelha mais limpa da natureza, o seu mel é saborosíssimo, e por ser um mel raro, com propriedades medicinais, estima-se que a produção em caixas racionais em torno de 01 litro/ano, atinge um excelente preço no mercado. 

Ref.Criação de Abelhas Indígenas sem ferrão. 
Paulo Nogueira Neto – 1970. 
Edit. Tecnapis.                                                                         

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Abelha Uruçu - Melipona Scutellaris

 Detalhe do ninho da Uruçu scutellaris

Uruçu é uma palavra que vem do tupi "eiru'su", que nessa língua indígena significa "abelha grande", o  nome "uruçu" está relacionado com diversas abelhas do mesmo gênero, a tendência, porém, é a de reservar o termo "uruçu" para a abelha da zona da mata do litoral baiano e nordestino, que se destaca pelo tamanho avantajado (do tamanho de Apis mellifera ou maior), pela produção de mel expressiva entre os meliponíneos e pela facilidade do manejo. 

Rainha da uruçu e operárias

Na natureza esta espécie ocorre na região que vai do sul da Bahia ao Ceará, estudos realizados mostraram o relacionamento da uruçu com a mata úmida, que apresenta as condições ideais para as abelhas construírem seus  ninhos além de encontrarem, em árvores de grande porte, espécies com floradas muito abundantes que são seus principais recursos tróficos e locais de nidificação, na natureza, esta espécie reside somente em ocos de árvores, os ninhos têm entrada típica, sempre com abertura no centro de raias de barro convergentes, a entrada é guardada por uma única sentinela, só passa uma abelha de cada vez .

No interior da colméia, encontramos várias camadas (lamelas) de cerume que formam o invólucro,  material maleável resultante da mistura de cera produzida pelas abelhas misturado com a resina que elas coletam nas plantas, os potes de alimento têm cerca de 4 ou 4,5cm de altura. 

  

Abelha uruçu de guarda


A próprolis é relativamente pouco pegajosa e é usada misturada com barro (geoprópolis),  no batume e na calefação dos ninhos." O cerume é formado da misturada de própolis com cera.
È uma das espécies do gênero melípona que possuem colônias mais populosas, que veriam de 400 a 600 abelhas em colônias fracas e podem chegar a  mais de 3.000 em colônias fortes, as vezes essas abelhas são agressivas, beliscando  o meliponicultor, mas depois elas se acalmam.
O mel dessas abelhas, além de muito saboroso, pode ser produzido até 10 litros/ano/colônia em épocas favoráveis, embora a média seja de 2,5-3 litros/ano. É considerado medicinal principalmente pelas populações regionais, o mel dessa abelha é altamente balsâmico e infinitamente mais rico em princípios aromáticos do que o mel de Apis mellifera). 

Ref. Criação de Abelhas Indígenas sem ferrão.
Paulo Nogueira Neto - 1970 
Editora Tecnapis.


sábado, 30 de janeiro de 2010

Abelha Mandaçaia - Melipona Quadrifasciata


Melipona quadrifasciata quadrifasciata e Melipona quadrifasciata anthidioides  (Lepeletier ), a área de ocorrência natural dessas abelhas vai do sul ao nordeste, e Brasil central, as colônias naturais de Mandaçaia são encontradas sempre nos ocos de árvores, a entrada do ninhoé construida pela abelhas em raias convergentes de barro, e só passauma abelha de cada vêz, os favos de cria  podem ser horizontais ou helicoidais, não fazem células reais, o invólucro que protege os  favos de cria possui diversas membranas de cerume, os potes são ovóides e tem cerca de 3 a 4 cm de altura, o própolis usado pelas abelhas é um pouco viscoso, no batume de calafetação das colméias usam barro e própolis e talves excrementos de animais, as colônias são regularmente populosas, estima-se cerca de 700 abelhas em colônias fortes.


Caixa com Ninho de mandaçaia 

As mandaçaias são abelhas inteiramente mansas, mas quando o enxame é forte, teem o hábito de esvoaçar sobre o meliponicultor, fazendo cócegas, raramente chegam a beliscar, é uma forma branda de defesa da colônia, apesar dessa espécie ter hábitos sujos, o mel é muito saboroso, porém recomendamos cuidados no consumo do mel, devendo o mesmo passar pelo processo de higienização pasteurização.



È extremamente gratificante a criação das mandacaias, são abelhas rústicas e fáceis de criar, porém embora seja raro, as colônias não resistem a mortalidade da cria, devendo-se tomar todo cuidado no manejo das meliponas em relação aos forideos.                                                              

                               
Ref. Criação de Abelhas Indígenas sem Ferrão.  
Paulo Nogueira Neto - 1970. 
Editora Tecnapis


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Abelhas Mirins

Há diversas espécies diferentes de plebeias, as principais seriam: a Variicolor (Ducke) e Minima (gribodo) na Amazonia, Kerri (Moure) na Bolivia, Mosquito (Smith), no norte e nordeste, Meridionalis (Ducke) em São Paulo e Paraná, a Droryana (Friese) e Remota (holmberg) em são Paulo e estados do sul, Emerina (friese) e Emerinoides (silvestri), ao sul de são Paulo, são muitas as espécies que constituem o grupo das Plebeias.
As plebeias ocupam um território de clima sub-tropical e tropical, que vai desde o norte da Argentina até o México, fazem seus ninhos nos mais variados lugares, árvores, paredões de pedra, moirões de cerca, barrancos etc, ocupam qualquer oco de tamanho apropriado que não seja damasiadamente aquecido pelo sol, a entrada do ninho é de propolis endurecido, praticamente não existe tubo, a não ser em alguns casos,
a entrada permanece aberta à noite, os favos de cria são horizontais ou helicoidais. 

  Ninho da Plebeia Droryana. 

A construção dos favos é suspensa durante o inverno ou parte dessa estação, constroem células reais, o invólucro protetor dos favos é bastante desenvolvido, o propolis armazenado é altamente viscoso e pegajoso, o batume de calafetação são feitos de cerume e propolis, as colônias das Plebeias são medianamente populosas e as vezes o numero de habitantes é bastante pequeno. São abelhas inteiramente mansas, mas há exceções, essas abelhas tem o hábito de lamber o suor da pele o que pode transmitir micoses, a produção de mel e pólem e muito baixa, não é viavel a criação dessas abelhas para fins de produção, apenas para fins de polinização e para  preservação da espécie.

Ref. Criação de Abelhas Indígenas sem Ferrão.
Paulo Nogueira Neto - 1970
Ed. Tecnapis.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Abelha Iraí - Nannotrigona Testaceicornis

Nannotrigona testaceicornis testaceicornis (Lepeletier) e Nannotrigona testaceicornis punctata (Smith).
Esta abelha é uma espécie de meliponíneo bastante comum, no Brasil é conhecida por diversos nomes, Irai, Camuengo, Mombuquinha, Jataí Preto, o nome mais usado é Iraí, que quer dizer abelha pequena, se estabelece onde quer que se encontre ocos, em arvores, moirões de cerca, paredões de pedra, é muito comum nas cidades. Vive do norte Paraná ao México, a forma punctata ocorre no Maranhão e mais acima.

Canudo de entrada da iraí


A entrada é um tubo geralmente curto feito com cerume pardo ou escuro, esta espécie não produz cera branca ou clara, o tubo é fechado à noite, os potes são pequenos medindo cerca 1,5cm de altura, os favos de cria são quase sempre helicoidais, mas as vezes também existem favos horizontais, faz células reais, o invólucro que protege os favos de cria é bastante desenvolvido. Essa espécie pode ser distinguida dos outros meliponíneos por apresentar na periferia dos ninhos, muitas lamelas ou membranas de cerume espesso, escuro, endurecido e quebradiço, contendo provavelmente muito própolis, essas membranas formam túneis e passagens usados pelas abelhas, outra caracteristica dessa espécie é que raramente utiliza o oco inteiro, quase sempre uma parte da cavidade é isolada da zona ocupada, por meio de um batume de cerume, a principio esse batume é fino, mas com o tempo ele vai sendo engrossado , tornando-se duro. Essa abelha não possue grandes depósitos de própolis, embora utilize essa substância nos seus trabalhos,  no batume e na calafetação usa o própolis e cerume, esse material é menos viscoso que o das outras espécies.

          Disco de cria da Abelha iraí

 As colônias tem uma população estimada de 2.000 a 3.000 habitantes, são abelhas inteiramente mansas, jamais agride o meliponicultor, tornando dessa maneira muito fácil a sua criação, é uma espécie sensível ao frio intenso, é muito trabalhoso efetuar a transferência para caixa racional, pois as abelhas se escondem nos labirintos de cerume duro, o mel é muito saboroso, essa espécie produz cerca de 300gr/ano, não sendo viável para fins produtivos, compensando ter essa espécie para fins de polinização e para preservação da espécie.


Ref. Criação de Abelhas Indígenas sem ferrão.
Paulo Nogueira Neto - 1970.
Edit. Tecnapis.