segunda-feira, 12 de abril de 2010

Abelha Uruçu - Melipona Scutellaris

 Detalhe do ninho da Uruçu scutellaris

Uruçu é uma palavra que vem do tupi "eiru'su", que nessa língua indígena significa "abelha grande", o  nome "uruçu" está relacionado com diversas abelhas do mesmo gênero, a tendência, porém, é a de reservar o termo "uruçu" para a abelha da zona da mata do litoral baiano e nordestino, que se destaca pelo tamanho avantajado (do tamanho de Apis mellifera ou maior), pela produção de mel expressiva entre os meliponíneos e pela facilidade do manejo. 

Rainha da uruçu e operárias

Na natureza esta espécie ocorre na região que vai do sul da Bahia ao Ceará, estudos realizados mostraram o relacionamento da uruçu com a mata úmida, que apresenta as condições ideais para as abelhas construírem seus  ninhos além de encontrarem, em árvores de grande porte, espécies com floradas muito abundantes que são seus principais recursos tróficos e locais de nidificação, na natureza, esta espécie reside somente em ocos de árvores, os ninhos têm entrada típica, sempre com abertura no centro de raias de barro convergentes, a entrada é guardada por uma única sentinela, só passa uma abelha de cada vez .

No interior da colméia, encontramos várias camadas (lamelas) de cerume que formam o invólucro,  material maleável resultante da mistura de cera produzida pelas abelhas misturado com a resina que elas coletam nas plantas, os potes de alimento têm cerca de 4 ou 4,5cm de altura. 

  

Abelha uruçu de guarda


A próprolis é relativamente pouco pegajosa e é usada misturada com barro (geoprópolis),  no batume e na calefação dos ninhos." O cerume é formado da misturada de própolis com cera.
È uma das espécies do gênero melípona que possuem colônias mais populosas, que veriam de 400 a 600 abelhas em colônias fracas e podem chegar a  mais de 3.000 em colônias fortes, as vezes essas abelhas são agressivas, beliscando  o meliponicultor, mas depois elas se acalmam.
O mel dessas abelhas, além de muito saboroso, pode ser produzido até 10 litros/ano/colônia em épocas favoráveis, embora a média seja de 2,5-3 litros/ano. É considerado medicinal principalmente pelas populações regionais, o mel dessa abelha é altamente balsâmico e infinitamente mais rico em princípios aromáticos do que o mel de Apis mellifera). 

Ref. Criação de Abelhas Indígenas sem ferrão.
Paulo Nogueira Neto - 1970 
Editora Tecnapis.